domingo, 10 de fevereiro de 2013

Ode ao Carnaval



Eu nasço a cada confete enrroscado
A cada serpentina derramada
A cada abraço dançado
A cada beijo roubado

Eu Rio  a cada baseado bebido
A cada frevo esparramado
A cada cachaça suada
 A cada brincadeira de mão dada

Eu Vibro a cada fantasia colada
A cada cerveja animada
A cada marchinha bem gelada
A cada samba degustado

Eu deixo ir o velho amor perdido
E vou atrás do novo amor achado.

Apenas viro me viro mas eu mesma viro os olhinhos...



Quando eu cheguei e vi aqueles olhinhos baixos foi surpresa linda!
O menino do cabelo bagunçado empacotou meu coração e o jogou para a platéia como se fosse  confete e serpentina em dias de carnaval.
Era real,  de uma fragilidade de sonhos de segunda-feira, mas era real . Acontecia no mesmo momento a música, os confetes, eu, ele e os sentimentos , todos juntos e explícitos , no palco de ser sábado em vida.
Violão, lágrima, bebida,vertigem ,sorriso e acordeon - riso sanfonado-
Ele me entendia e eu sabia exatamente do que ele estava falando. Nas canções de apartamento a gente habitava o mesmo andar .

Ele então desceu para o térreo, e eu embriagada, parecia já estar no subsolo.
Lá embaixo parecia brincadeira de play-groud, disse que tinha sensibilidade feminina, e ele me compreendeu com o dom de como fosse mulher. Os olhinhos estavam perto de mim e eu abraçava em pensamento o menino little joy.

Lembro - me depois de fumaça, pouca coisa do mundo real.  Banheiros de balada, chão de banheiros, risos derretidos, a amiga.   Não conto o que aconteceu, e isso pouco interessa. Sei que o baile findou e  dentre as conversas de botas batidas ninguém o ganhou e  alguém o perdeu. 

Dessa vez, eu e ela voltamos em silêncio, olhos encharcados, mas com uma cumplicidade que não tem retorno,  nem volta,  nem revolta .