terça-feira, 20 de novembro de 2012

Pós- cirúrgico

A exatos três dias passei por uma intervenção cirúrgica de retirada do coração.  Isso mesmo, aquele restinho de coração que ainda havia nas entranhas da minha região toráxica centro- esquerda, foi finalmente dizimado.
O processo foi simples , durou um par de horas e gastou no máximo 20 ml de lágrimas. Eu,  já deitada na  mesa de cirurgia, sob o foco de luz fluorescente, disse : 
- Pode tirar tudo  seu doutor! Dessa vez não quero que fique nenhum pedacinho pra contar história! 
-E você tem certeza disso? Lembre- se que esse processo é irreversível.  
-Tenho! E não necessito de anestesia, quero ver tudo e testemunhar minha evolução para o seleto grupo dos "sem coração".
 E acatando meu pedido ele foi raspando, raspando até que o meu peito se tornasse um imenso vazio. O médico até se surpreendeu com meu desempenho  e me elogiou, dizendo que há tempos não operava um paciente tão tranquilo e determinado.
Eu sei, sou dessas fortes por demais.

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