segunda-feira, 17 de junho de 2013

Minhas sinceras desculpas ao Brasil



Desculpa. 
Dessa vez não vou poder lutar, não vou gritar , nem discutir.
Vou ser covarde, vou ver pela televisão, pela internet.
Fossem os tempos da escola, em que pulsava o desejo revolucionário de mudança e melhoria do país , provavelmente vcs  me veriam por aí em meio a protestos, passeatas, fazendo parte da divulgação e dando literalmente a cara a tapa por um país mais justo.

Já briguei, já chorei pela pátria,
Hoje, me acovardo.
A minha luta é individual,
O conflito é interno.

Hoje tenho medo do conflito, da violência. Recebi meu salário, pago minhas contas e vou vivendo até que confortavelmente. Entre um gole e outro.
Talvez  influenciada pela visão protecionista elitista dos meus  pais, pela vida burguesa da minha família e amigos ,  não vou mais à luta e preso pela minha integridade física e moral . Não estou disposta a me envolver em riscos, não quero me machucar, não quero ser estatística, e por isso sei que me acovardo.

Hoje vcs estão com um soldado a menos. Minhas sinceras desculpas.
Não acredito mais na mudança, e estou acomodada na minha vidinha classe média que não chega a ser medíocre, ainda.

Meu conflito interno agora tem uma relevância maior...  cinza, essa nuvem que me envolve,  também é muro e escudo. Sinto que já sou um caracol ou uma tartaruga.
Me fechei aos meus problemas, as minhas questões, desejos, felicidades e infelicidades.  Tenho que cuidar de mim e por enquanto, não do país. Um soldado luta melhor quando não está ferido. 
Fechei a casa e me tranquei lá dentro. Por  enquanto, que se exploda o Brasil.

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